sexta-feira, 2 de maio de 2025

Bicicletas Elétricas: Diferenças Entre Modelos Nacionais e Importados em 2025

Nos últimos anos, as bicicletas elétricas vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro. A busca por alternativas sustentáveis de mobilidade urbana, aliada à alta dos combustíveis e ao aumento do trânsito nas cidades, impulsionou a adoção dessas bicicletas motorizadas como solução prática e econômica. Com esse crescimento, muitos consumidores se deparam com uma dúvida comum: optar por uma bicicleta elétrica fabricada no Brasil ou por uma importada e montada localmente?

Este artigo tem como objetivo apresentar um panorama completo das bicicletas elétricas totalmente fabricadas no Brasil, compará-las com os modelos importados montados no país e discutir um ponto crucial para o consumidor: a disponibilidade de peças de reposição e manutenção. Ao final da leitura, você terá uma visão clara das vantagens e limitações de cada opção.

1. O Cenário da Bicicleta Elétrica no Brasil

O mercado brasileiro de bicicletas elétricas está em plena expansão. Em 2023, foram comercializadas mais de 50 mil unidades de e-bikes com pedal assistido (PAS), representando um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Para 2024, a expectativa é de um avanço entre 13% e 21%, conforme dados da Aliança Bike.

Esse crescimento é impulsionado por diversos fatores: políticas públicas de incentivo à mobilidade elétrica, isenção de impostos para produção na Zona Franca de Manaus, avanços tecnológicos e a crescente conscientização ambiental da população. Além disso, a praticidade e o baixo custo operacional das bicicletas elétricas as tornam atrativas para trajetos urbanos, entregas, deslocamentos para o trabalho e lazer.

Dentro desse cenário, duas categorias se destacam: as bicicletas elétricas totalmente fabricadas no Brasil, que utilizam uma estrutura produtiva nacional, e as importadas e montadas localmente, que chegam ao país em forma de kits (CKD) e são montadas aqui, geralmente com pouca adaptação ao contexto brasileiro.

2. As Bicicletas Elétricas Totalmente Fabricadas no Brasil

Quando falamos em bicicletas elétricas totalmente fabricadas no Brasil, estamos nos referindo a modelos cujo processo de produção ocorre integralmente em território nacional. Isso inclui desde a fabricação do quadro e montagem final até a adequação de componentes como motores, controladoras, sensores e baterias ao uso local.

Essas bicicletas geralmente oferecem maior facilidade de manutenção, menor custo de reposição de peças e adaptação ao perfil do ciclista urbano brasileiro.

Principais marcas nacionais:


Sousa Modelo Eco 350

Bicicleta Elétrica Rema

Bicicleta Elétrica OGGI

Bicicleta Elétrica PEDALLA

Bicicleta Elétrica Sense

Bike Elétrica GTSM1

  • Sousa (Manaus - AM) A Sousa é uma fabricante com sede em Manaus, conhecida pelo modelo Eco 350. Essa bicicleta utiliza motor de 350W com alimentação em 48V e é voltada exclusivamente ao uso com pedal assistido. É ideal para trajetos urbanos e destaca-se pelo bom custo-benefício, simplicidade na manutenção e boa autonomia.                                                                           

  • Pedalla (São Paulo - SP) Com design moderno e componentes bem equilibrados, a Pedalla desenvolve modelos para uso urbano e recreativo. A empresa aposta na tecnologia nacional e na acessibilidade de peças. O suporte técnico no Sudeste e a produção local fortalecem sua presença entre os consumidores brasileiros.

  • Rema (Goiás - GO) A Rema tem foco em bicicletas elétricas acessíveis, voltadas para o transporte urbano. Com produção nacional e assistência técnica bem estruturada, é uma opção interessante para quem busca durabilidade e reposição rápida de peças.

  • Sense Bike (Manaus - AM) A Sense é uma das marcas mais conhecidas da nova geração de bicicletas elétricas nacionais. Seus modelos, como a Impulse E-Urban 350w, combinam componentes importados com montagem nacional. É um bom exemplo de integração tecnológica com produção local.

  • Oggi (Manaus - AM) Seguindo uma linha semelhante à Sense, a Oggi fabrica bicicletas com design italiano e componentes importados. A marca é reconhecida pela robustez e pela boa assistência técnica, com destaque para suas linhas urbanas e esportivas.

  • Caloi (São Paulo / AM) Com mais de um século de tradição no Brasil, a Caloi também entrou no mercado das elétricas com força. Seu modelo Mobylette elétrica resgata o clássico ciclomotor com tecnologia atual. A produção ocorre entre São Paulo e Manaus, com bom suporte técnico e distribuição nacional.

  • GTSM1 Marca nacional com linhas como a E-Bike V8S 2.0 750W, voltadas para quem busca potência e estilo. Embora utilize componentes importados, a montagem e boa parte do desenvolvimento são realizados no Brasil.

Essas marcas têm investido em soluções práticas, econômicas e de fácil manutenção, o que torna suas bicicletas atrativas para o público urbano que busca economia, sustentabilidade e simplicidade.


3. Bicicletas Elétricas Importadas e Montadas no Brasil

Além das marcas que produzem localmente, existem as bicicletas elétricas importadas em forma de kits e montadas em território brasileiro. Esse processo é conhecido como CKD (Completely Knocked Down) e consiste na importação de partes e peças (principalmente da China e Taiwan), que são depois montadas no Brasil.

Esse modelo permite que empresas estrangeiras reduzam impostos e adaptem a logística ao mercado nacional. Contudo, a maior parte dos componentes – incluindo motor, display, controlador, bateria e sensores – continua sendo fabricada fora do país.

Marcas comuns nesse modelo:


Bike Elétrica TREK

Bicicleta Elétrica Specialized

Bicicleta Elétrica Giant

Bicicleta Elétrica MERIDA


  • Trek

  • Specialized

  • Giant

  • Merida

  • Audax (algumas linhas)

Essas marcas normalmente têm foco em desempenho, esportividade e design, oferecendo modelos com tecnologias mais avançadas, mas também com preços mais elevados e manutenção mais complexa.

4. Peças de Reposição: Nacionais x Importadas

Um dos maiores diferenciais entre bicicletas elétricas nacionais e importadas está na disponibilidade de peças de reposição. Esse fator é decisivo para quem utiliza a bicicleta com frequência e precisa garantir funcionamento contínuo.


Bicicletas Nacionais:

  • Maior facilidade para encontrar peças compatíveis.

  • Muitas peças são universais ou adaptáveis (ex: sensores PAS, aceleradores, freios, pneus, baterias de chumbo/lítio).

  • Assistência técnica disponível em diversas regiões.

  • Suporte direto das fábricas e distribuidores nacionais.

  • Reposição mais rápida e com menor custo.

Bicicletas Importadas:

  • Algumas marcas utilizam sistemas fechados, com peças proprietárias.

  • Motores, controladoras e displays muitas vezes são incompatíveis com peças genéricas.

  • Reposição depende de importação, com prazos longos e custos elevados.

  • Assistência técnica geralmente centralizada em grandes centros urbanos.

Isso significa que, para o usuário comum que busca praticidade, os modelos nacionais oferecem uma experiência mais tranquila em termos de manutenção.

5. Vale a Pena Apostar nas Elétricas Nacionais?

A resposta depende do perfil do ciclista. Para a maioria dos usuários urbanos, que buscam uma alternativa ao carro ou ao transporte público, as bicicletas elétricas nacionais atendem com eficiência e menor custo total de propriedade.

As bicicletas fabricadas no Brasil reúnem vantagens como:

  • Menor custo de aquisição.

  • Facilidade na manutenção.

  • Peças disponíveis no mercado interno.

  • Apoio técnico direto com a fabricante.

  • Adaptação à realidade do ciclista brasileiro (clima, relevo, legislação, hábitos de uso).

Já os modelos importados e montados localmente atendem melhor aos ciclistas que buscam desempenho esportivo, tecnologias de ponta e estão dispostos a investir mais em manutenção e reposição de peças específicas.

Resumo

O crescimento do mercado de bicicletas elétricas no Brasil representa uma grande oportunidade para valorizar a indústria nacional. Marcas como Sousa, Pedalla, Rema, Sense, Oggi e Caloi mostram que é possível produzir com qualidade e oferecer soluções acessíveis para o dia a dia do brasileiro.

Segundo a Aliança Bike, o mercado de bicicletas elétricas no Brasil apresentou o seguinte crescimento:

  • 2016: 7.600 unidades

  • 2017: 7.200 unidades

  • 2018: 22.500 unidades

  • 2019: 25.000 unidades

  • 2020: 32.110 unidades

  • 2021: 40.891 unidades

  • 2022: 44.833 unidades

  • 2023 (projeção): entre 53.412 e 57.000 unidades.

Esse crescimento reflete a crescente adoção das e-bikes como meio de transporte sustentável no país.

Ao escolher uma bicicleta elétrica, considerar a origem do produto, a facilidade de manutenção e o suporte técnico disponível pode fazer toda a diferença na sua experiência. 

Manutenção da Suspensão

Manutenção do chicote elétrico

Apostar nas elétricas nacionais, além de vantajoso para o bolso, também ajuda a fortalecer o setor e estimular a inovação no país.

Seja qual for sua escolha, o mais importante é pedalar com segurança, consciência e sustentabilidade.


Até o próximo!








Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quais instituições de análises técnicas certificam as baterias de lítio de bicicletas elétricas no Brasil?

Introdução Nos últimos anos, as bicicletas elétricas deixaram de ser um nicho restrito e ganharam espaço nas ruas brasileiras como uma alte...