domingo, 21 de setembro de 2025

Quais instituições de análises técnicas certificam as baterias de lítio de bicicletas elétricas no Brasil?

Introdução

Nos últimos anos, as bicicletas elétricas deixaram de ser um nicho restrito e ganharam espaço nas ruas brasileiras como uma alternativa sustentável, econômica e eficiente para o transporte urbano. Essa popularização, no entanto, traz consigo um ponto crucial: a segurança das baterias de lítio.

Por serem o coração das bicicletas elétricas, responsáveis pelo armazenamento e fornecimento de energia, as baterias precisam seguir normas técnicas rigorosas. Afinal, falhas de fabricação ou ausência de certificação podem resultar em problemas sérios, desde perda de desempenho até riscos de superaquecimento, incêndio e explosão.

Neste artigo, vamos explorar quais instituições certificam e analisam as baterias de lítio no Brasil, como funciona o processo de homologação e quais documentos o consumidor deve exigir ao comprar sua bicicleta elétrica ou um pack de baterias de reposição.


1. A importância da certificação de baterias de lítio

O lítio é um material altamente energético e instável quando mal manipulado. Isso significa que, ao mesmo tempo em que garante autonomia e leveza às bicicletas elétricas, também exige controles técnicos e de segurança.

A certificação cumpre três funções principais:

  • Segurança: evita riscos de acidentes elétricos, curtos-circuitos, superaquecimento ou explosão.

  • Qualidade: garante que a bateria realmente entregue a capacidade e a autonomia prometidas pelo fabricante.

  • Rastreabilidade: assegura que os produtos importados ou nacionais sejam controlados e possam ser retirados do mercado em caso de falhas.

No Brasil, diferentes órgãos e instituições atuam nesse processo, cada um com uma responsabilidade específica.


2. O papel do INMETRO

O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) é o principal órgão responsável por regulamentar e certificar produtos que impactam a segurança do consumidor no Brasil.

Em 2021, o INMETRO publicou a Portaria nº 533/2021, que estabelece requisitos de avaliação da conformidade para baterias portáteis recarregáveis de lítio, aplicáveis também às usadas em bicicletas elétricas.

Essa portaria exige:

  • Ensaios de segurança elétrica e mecânica.

  • Testes de sobrecarga e descarga profunda.

  • Avaliação de resistência a impactos, vibração e temperatura.

  • Certificação por um Organismo de Certificação de Produto (OCP) acreditado pela CGCRE (Coordenação Geral de Acreditação).

Em resumo: sem a certificação do INMETRO, a bateria de lítio não pode ser comercializada legalmente no país.


3. Normas técnicas aplicadas (ABNT e IEC)

Além do INMETRO, outras normas técnicas são seguidas para padronizar e validar a qualidade das baterias de lítio:

  • ABNT NBR IEC 62133-2: norma internacional que trata da segurança das baterias de íons de lítio em equipamentos portáteis.

  • UN 38.3: norma da ONU que regula o transporte de baterias de lítio por via terrestre, marítima e aérea.

  • ABNT NBR 5410: trata da segurança em instalações elétricas de baixa tensão, aplicada indiretamente em bicicletas e carregadores.

As baterias devem ser testadas em laboratórios que sigam esses padrões.


4. Laboratórios de ensaio e análise técnica

No Brasil, apenas laboratórios acreditados pela CGCRE podem realizar os testes técnicos exigidos. Entre eles:

  • IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) – SP.

  • CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) – Campinas.

  • Labelectron – RS.

  • Cetecom ICT – SP.

Esses laboratórios conduzem ensaios de impacto, vibração, sobrecarga, resistência térmica e ciclo de vida útil.


5. O papel da ANATEL

Embora a ANATEL não atue diretamente sobre as baterias, ela regula carregadores e sistemas de recarga.
Ou seja, qualquer carregador que acompanhe uma bicicleta elétrica deve ter homologação da ANATEL para garantir segurança elétrica e compatibilidade eletromagnética.

Essa homologação complementa a certificação do INMETRO.


6. Logística reversa e sustentabilidade

Outro ponto essencial: segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), fabricantes e importadores de baterias de lítio devem oferecer programas de logística reversa.

Isso significa que o consumidor tem o direito de devolver baterias usadas em pontos de coleta, garantindo reciclagem e descarte ambientalmente correto.

Instituições como a ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) apoiam esse processo no setor.


7. Documentos que o consumidor deve exigir

Ao comprar uma bicicleta elétrica ou uma bateria de reposição, o consumidor deve solicitar:

  1. Certificado do INMETRO válido.

  2. Relatório de ensaio UN 38.3.

  3. Comprovante de homologação ANATEL do carregador.

  4. Garantia formal de no mínimo 1 ano.

  5. Manual de instruções e advertências de segurança.

  6. Comprovação de programa de logística reversa.

Esses documentos asseguram que a bateria não é pirata ou falsificada.


8. Riscos de usar baterias sem certificação

O mercado brasileiro é inundado por baterias paralelas e packs montados sem testes adequados. Os riscos incluem:

  • Superaquecimento e explosão.

  • Perda rápida de autonomia.

  • Curto-circuito e danos ao motor/controladora.

  • Perda da garantia da bicicleta.

  • Responsabilidade legal em caso de acidentes.

Por isso, a recomendação é clara: sempre exigir certificação.


9. O futuro da certificação no Brasil

Com o crescimento do mercado de bicicletas elétricas, é esperado que a regulamentação avance para:

  • Criação de um selo específico para e-bikes, assim como já existe para eletrodomésticos.

  • Maior fiscalização de importadores e distribuidores.

  • Incentivos à produção nacional de baterias com rastreabilidade completa.

Esse fortalecimento das normas aumenta a confiança do consumidor e impulsiona o setor.


Conclusão

As baterias de lítio são o componente mais crítico de uma bicicleta elétrica. No Brasil, a certificação é realizada principalmente pelo INMETRO, em parceria com OCPs acreditados e laboratórios de ensaio, seguindo normas internacionais como IEC 62133 e UN 38.3.

Instituições como a ANATEL e a ABINEE também desempenham papéis complementares, regulando carregadores e logística reversa.

Ao consumidor, cabe a responsabilidade de verificar certificados e exigir documentação, garantindo não apenas o desempenho da sua bicicleta, mas também a segurança pessoal e ambiental.

Com o avanço da legislação, a expectativa é que o Brasil consolide um mercado cada vez mais seguro e sustentável de bicicletas elétricas.

Fontes e leituras recomendadas (selecionadas)


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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Os Desafios Após a Compra de Bicicletas e Scooters Elétricas no Brasil: Custos, Peças e Falta de Suporte Técnico

Nos últimos anos, bicicletas e scooters elétricas conquistaram espaço nas ruas brasileiras. Seja como alternativa ao transporte público lotado, escape do trânsito caótico ou opção econômica frente aos altos preços dos combustíveis, a mobilidade elétrica passou a ser vista como uma solução prática, silenciosa e sustentável.

No entanto, após o entusiasmo da compra, muitos proprietários descobrem que manter esses veículos funcionando nem sempre é simples. A escassez de mão de obra especializada, a dificuldade de encontrar peças — principalmente para modelos importados —, o alto custo de manutenção e políticas restritivas de algumas concessionárias são obstáculos que podem transformar a experiência de uso em um verdadeiro desafio.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes essas dificuldades, apresentar exemplos concretos e sugerir caminhos para que os consumidores se preparem antes de investir em um veículo elétrico.


1. Falta de mão de obra especializada na maioria das cidades brasileiras

Uma das queixas mais comuns de proprietários de bicicletas e scooters elétricas é a dificuldade em encontrar técnicos capacitados. Fora das capitais e grandes centros, é raro encontrar oficinas que realmente entendam de motores hub, controladoras, sistemas de pedal assistido (PAS) ou reparos em baterias.

Oficinas tradicionais de bicicletas, em geral, dominam mecânica convencional — câmbios, freios, rodas — mas não têm experiência com eletrônica embarcada. Já as oficinas de motos muitas vezes não se interessam pelo conserto de veículos elétricos por considerarem um segmento “de nicho” ou de baixo retorno financeiro.

Essa lacuna técnica traz consequências diretas:

  • Reparos simples, como a troca de um sensor Hall no motor, podem levar semanas.

  • Problemas elétricos, como infiltração de água em motores selados, exigem ferramentas e conhecimento que poucos têm.

  • Em muitos casos, o veículo precisa ser enviado para outra cidade ou até outro estado para manutenção, elevando custos e deixando o proprietário sem transporte.

Para agravar, cursos de capacitação na área são escassos e a maioria é oferecida por fabricantes apenas a representantes autorizados, dificultando o surgimento de oficinas independentes especializadas.


2. Dificuldade para encontrar peças para modelos importados

O mercado brasileiro ainda é fortemente dependente de importações de peças para veículos elétricos. Embora haja produção nacional de alguns modelos de bicicletas elétricas, grande parte das scooters e dos componentes eletrônicos vêm da China.

Quando o modelo adquirido não possui representante oficial no país, o consumidor enfrenta um dilema: importar a peça diretamente — lidando com prazos de entrega que podem ultrapassar três meses e com a cobrança de impostos — ou tentar adaptar peças genéricas, correndo o risco de incompatibilidade.

Entre os itens mais difíceis de encontrar estão:

  • Controladoras específicas

  • Motores hub de dimensões não padronizadas

  • Painéis digitais e displays de bordo

  • Sensores proprietários

  • Peças estruturais como suportes, garfos e carenagens

Em alguns casos, mesmo quando a peça é encontrada no Brasil, ela pode ser de segunda mão ou retirada de veículos sucateados, o que não garante durabilidade.


3. Preço alto de peças para alguns modelos importados

Quando as peças originais estão disponíveis no mercado nacional, o preço pode assustar. A combinação de baixa demanda, impostos de importação e margens de lucro elevadas faz com que o valor seja muitas vezes duas ou três vezes maior do que no mercado internacional.

Um exemplo comum é a bateria de lítio de 48V 15Ah:

  • No exterior: cerca de US$ 250 (aproximadamente R$ 1.300, sem impostos).

  • No Brasil: entre R$ 3.000 e R$ 5.000, dependendo da marca e do revendedor.

O mesmo vale para motores, controladoras de alta potência e até peças simples, como manoplas com acelerador embutido. Para quem precisa manter o veículo sempre pronto para uso, esses custos podem se acumular rapidamente, tornando a manutenção quase tão cara quanto a compra de um novo modelo.


4. Política de algumas concessionárias que não atendem pessoas não clientes

Um ponto polêmico é a postura de certas concessionárias e lojas autorizadas que só realizam manutenção em veículos vendidos por elas mesmas. Essa prática deixa de fora consumidores que compraram de terceiros, pela internet ou em revendedores não autorizados.

O problema é particularmente sério no caso de scooters, que possuem sistemas elétricos e mecânicos mais complexos do que bicicletas e exigem peças específicas.

Essa política restritiva não apenas prejudica o cliente final, mas também contribui para o aumento de veículos abandonados ou inutilizados por falta de manutenção adequada.


5. Preços das baterias

A bateria é o “coração” da bicicleta ou scooter elétrica — e também um dos componentes mais caros. Dependendo do tipo e da capacidade, ela pode representar de 30% a 50% do valor total do veículo.

Além disso, a vida útil varia de acordo com a tecnologia:

  • Baterias de chumbo-ácido: 1,5 a 3 anos, com uso e cuidados adequados.

  • Baterias de lítio: 3 a 5 anos, podendo durar mais se bem preservadas.

Valores médios no Brasil:

  • Kit de 4 baterias de chumbo-ácido 12V 16Ah → R$ 1.200 a R$ 1.800

  • Bateria de lítio 48V 15Ah → R$ 3.000 a R$ 5.000

  • Bateria de lítio 60V 20Ah (para scooters de maior porte) → R$ 4.500 a R$ 7.000

A troca da bateria é inevitável após alguns anos, e sem planejamento, esse custo pode ser um golpe no orçamento do proprietário.

Outro problema é a falta de reciclagem adequada: no Brasil, ainda é comum baterias velhas serem descartadas de forma incorreta, gerando impactos ambientais.


6. Possíveis soluções e alternativas para os consumidores

Embora os desafios sejam grandes, existem estratégias que podem reduzir problemas e custos a longo prazo:

  1. Pesquisa antes da compra

    • Optar por marcas com representação oficial e assistência técnica ampla no Brasil.

    • Verificar a disponibilidade e preço das peças antes de fechar negócio.

  2. Compatibilidade de componentes

    • Preferir modelos que utilizem peças padronizadas e fáceis de encontrar no país.

  3. Rede de apoio entre proprietários

    • Participar de grupos online para troca de experiências, dicas e até peças usadas em bom estado.

  4. Manutenção preventiva

    • Realizar inspeções regulares para evitar que pequenos problemas se tornem grandes reparos.

    • Proteger o veículo contra água e umidade, grandes vilões da eletrônica embarcada.

  5. Capacitação técnica local

    • Incentivar oficinas da cidade a buscar cursos e treinamentos sobre mobilidade elétrica.

  6. Cuidados com a bateria

    • Seguir rigorosamente as orientações de carregamento e armazenamento para prolongar sua vida útil.


Resumindo

As bicicletas e scooters elétricas representam uma mudança importante no transporte urbano brasileiro, oferecendo economia, praticidade e menor impacto ambiental. No entanto, para aproveitar esses benefícios de forma contínua, é preciso estar ciente dos desafios que podem surgir após a compra.

A falta de mão de obra especializada, a escassez e o alto custo de peças, políticas restritivas de atendimento e os preços elevados das baterias são barreiras reais que afetam milhares de usuários.

Planejamento, informação e escolhas conscientes podem fazer toda a diferença. Pesquisar marcas, conhecer a rede de assistência disponível e cuidar adequadamente do veículo são passos essenciais para garantir que a experiência com a mobilidade elétrica seja positiva e duradoura.

O mercado brasileiro ainda tem muito a evoluir nesse segmento, mas com o crescimento da demanda e a pressão dos consumidores, é provável que vejamos melhorias significativas nos próximos anos.


Até o próximo!


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domingo, 20 de julho de 2025

Sensores de Efeito Hall em Bicicletas e Scooters Elétricas: Descrição, Aplicação e Desempenho

As bicicletas e scooters elétricas vêm se consolidando como alternativas práticas, econômicas e sustentáveis ao transporte urbano. No coração de seu funcionamento está a eletrônica de controle, onde os sensores de efeito Hall desempenham um papel crucial. Eles são os "olhos" do sistema, fornecendo informações precisas sobre velocidade, posição, corrente, direção do campo magnético e acionamento de motores. Este artigo se propõe a explorar em profundidade os principais sensores Hall utilizados nesse segmento, detalhando suas características, aplicações e desempenho.



1. O que é o efeito Hall?

O efeito Hall é um fenômeno físico descoberto por Edwin Hall em 1879. Quando uma corrente elétrica percorre um condutor ou semicondutor e um campo magnético é aplicado perpendicularmente a essa corrente, surge uma tensão lateral — chamada tensão Hall. Essa tensão pode ser medida e usada para detectar a presença e intensidade de campos magnéticos.

Os sensores de efeito Hall exploram esse fenômeno para diversas finalidades, especialmente detecção de posição e rotação. Eles são amplamente utilizados em sistemas de controle de motores, medidores de velocidade, freios regenerativos, sensores de corrente e muito mais.


2. Aplicação dos sensores Hall em bicicletas e scooters elétricas

Nas bicicletas e scooters elétricas, os sensores de efeito Hall podem ser encontrados em diversas partes:

  • Motores brushless (sem escovas): para detecção da posição do rotor e sincronização da comutação.

  • Sensor de pedal assistido (PAS): detecta o movimento e a direção dos pedais.

  • Acelerador manual: mede a posição da manopla.

  • Controladora de corrente: mede a intensidade de corrente nos cabos.

  • Freios regenerativos: acionam ou desligam sistemas eletrônicos.

  • Display e painel digital: para feedback do usuário.

Esses sensores operam sob diferentes especificações de sensibilidade, tensão e tipo de saída. Vamos conhecer agora os principais modelos usados nesses veículos.


3. Principais sensores Hall usados em e-bikes e e-scooters

3.1 Sensor Hall 41F

  • Tipo: Sensor digital unipolar

  • Tensão de operação: 3,5V a 24V

  • Aplicação: Muito utilizado em motores de cubo (hub motors) brushless.

  • Características: Detecta a presença de campo magnético de um único polo (normalmente o sul).

  • Vantagem: Alta confiabilidade, resposta rápida e baixo custo.

  • Desempenho: Opera bem em altas rotações, com resposta estável mesmo em ambientes com vibração.


3.2 Sensor Hall 43F

  • Tipo: Sensor digital bipolar

  • Aplicação: Pode ser usado em sensores de pedal assistido e aceleradores.

  • Características: Exige a presença de ambos os polos magnéticos para chaveamento.

  • Vantagem: Maior imunidade a interferências.

  • Desvantagem: Pode ser menos sensível em montagens compactas.


3.3 Sensor Hall 49E

  • Tipo: Sensor analógico linear

  • Aplicação: Comum em aceleradores e sensores de corrente.

  • Vantagem: Proporciona uma saída analógica proporcional à intensidade do campo magnético.

  • Desempenho: Ideal para controlar aceleração de forma progressiva.


3.4 Sensor Hall G3141

  • Tipo: Digital unipolar

  • Tensão de operação: 3V a 24V

  • Aplicação: Motores brushless e PAS

  • Características: Muito compacto, com tempo de resposta de microsegundos.

  • Desempenho: Funciona de forma confiável em ambientes hostis com variações térmicas.


3.5 Sensor Hall G3146

  • Tipo: Digital unipolar latched

  • Aplicação: Muito usado em sensores PAS e controladores de torque.

  • Características: Mantém o estado de saída mesmo após a retirada do campo magnético.

  • Vantagem: Ideal para aplicações que exigem estabilidade de leitura.


3.6 Sensor Hall 413

  • Tipo: Digital unipolar

  • Aplicação: Motores e rodas

  • Características: Similar ao 41F, porém com ligeiras diferenças na sensibilidade e resposta.

  • Desempenho: Confiável em rotações elevadas.


3.7 Sensor Hall Y3147

  • Tipo: Bipolar latched

  • Aplicação: Pedal assistido e controle de motor

  • Vantagem: Alternância firme e segura entre os estados “on” e “off”.

  • Desempenho: Altamente resistente a ruídos elétricos.


3.8 Sensor Hall Y3461

  • Tipo: Latched digital

  • Aplicação: Sistemas de freio e PAS

  • Vantagem: Baixo consumo e alta resistência a temperatura.


3.9 Sensor Hall G3466

  • Tipo: Unipolar

  • Aplicação: Controladores de torque e motores

  • Desempenho: Suporta altas temperaturas, ideal para ambientes com sobreaquecimento.


3.10 Sensor Hall N602

  • Tipo: Bipolar digital

  • Aplicação: Aceleradores e sensores de corrente.

  • Vantagem: Resposta rápida e linear em baixas rotações.

  • Desvantagem: Não indicado para motores de alta potência.


3.11 Sensor Hall 4601

  • Tipo: Analógico linear

  • Aplicação: Medição de corrente elétrica

  • Vantagem: Alta resolução de leitura

  • Desempenho: Ideal para aplicações que requerem medição precisa de intensidade de corrente no sistema de tração.


3.12 Sensor Hall N41

  • Tipo: Unipolar digital

  • Aplicação: Motores brushless e acionamento de PAS

  • Desempenho: Baixa latência e resposta rápida.


3.13 Sensor Hall 42

  • Tipo: Digital, sensibilidade média

  • Aplicação: Sistemas simples de PAS e roda livre magnética

  • Desempenho: Boa estabilidade e preço acessível.


4. Comparação entre sensores digitais e analógicos

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5. Critérios para escolha do sensor Hall ideal

A escolha do sensor ideal depende de diversos fatores:

  • Posição de instalação

  • Velocidade de operação

  • Tipo de acionamento (digital ou analógico)

  • Espaço físico disponível

  • Temperatura ambiente

  • Compatibilidade com a controladora

A substituição de um sensor por outro exige atenção às especificações elétricas e magnéticas. Um erro comum é substituir sensores unipolares por bipolares, causando falhas intermitentes no motor ou no PAS.


6. Desempenho prático e durabilidade

Sensores Hall bem instalados podem durar anos sem falhas, mas estão sujeitos a:

  • Calor excessivo: pode reduzir a vida útil.

  • Umidade: sensores mal vedados podem oxidar internamente.

  • Vibrações: podem soltar o encapsulamento ou solda.

  • Interferência eletromagnética: afeta sensores analógicos.

A manutenção preventiva envolve testes com multímetro ou testadores de sensores Hall (como os usados em motores BLDC) e inspeção visual do estado físico do componente.


7. Testando um sensor Hall

Para testar um sensor Hall fora do circuito, você pode:

  1. Conectar alimentação de 5V (com fonte ou bateria).

  2. Ligar o GND e o VCC corretamente.

  3. Ligar a saída a um LED com resistor ou a um multímetro.

  4. Aproximar um ímã e observar a mudança de estado.

Esse teste ajuda a determinar se o sensor está chaveando corretamente.


8. Substituição e compatibilidade

Sempre que for substituir um sensor Hall:

  • Consulte o datasheet original.

  • Verifique o tipo (digital, analógico, latched, unipolar ou bipolar).

  • Compare as tensões e a corrente máxima permitida.

  • Cuidado com sensores similares de fabricantes diferentes, pois o código pode mudar, mas a pinagem ou o comportamento podem ser diferentes.


9. Outros sensores Hall relevantes

Além dos citados, outros sensores que podem aparecer em scooters e e-bikes:

  • SS41 e SS49 (Honeywell): confiáveis e duráveis, amplamente usados.

  • A3144: sensor clássico, substituto de muitos modelos de linha.

  • OH49E: versão chinesa do 49E, com boa aceitação no mercado.

  • SS443A: alta sensibilidade e boa resposta térmica.


10. Conclusão

Os sensores de efeito Hall são essenciais para o funcionamento seguro e eficiente das bicicletas e scooters elétricas modernas. Cada modelo possui especificações únicas que se adaptam a funções específicas, como controle de motor, aceleração, frenagem ou medição de corrente. Conhecer as diferenças entre os sensores, saber testá-los e substituí-los corretamente pode representar economia, segurança e aumento da vida útil dos sistemas elétricos desses veículos.

A escolha do sensor adequado — seja ele um 41F em um motor, um 49E em um acelerador ou um G3141 em um PAS — faz toda a diferença no desempenho final. Entender suas características não é apenas uma questão técnica, mas uma etapa fundamental na manutenção e melhoria das e-bikes e e-scooters.


sábado, 12 de julho de 2025

Shimano Fest 2025: A maior celebração da bicicleta na América Latina


A Shimano Fest 2025 chega com força total, consolidando-se mais uma vez como o maior festival da bicicleta da América Latina. Realizado anualmente em São Paulo, o evento é uma verdadeira celebração da cultura da bike, unindo marcas, atletas, lojistas, apaixonados por pedal e o público em geral em um espaço democrático, inclusivo e cheio de novidades. Nesta edição de 2025 que acontecerá nos dias 14, 15, 16 e 17 de agosto no Memorial da América Latina, a festa vem ainda maior, com mais atrações, estrutura ampliada e um olhar mais atento à sustentabilidade e à mobilidade urbana.

Com entrada gratuita e programação voltada tanto para profissionais do setor quanto para famílias e curiosos, o Shimano Fest se consolida como uma vitrine do mercado de bicicletas e uma importante plataforma de conscientização sobre o uso da bike como meio de transporte, lazer e saúde.


História e evolução do Shimano Fest

Criado pela multinacional japonesa Shimano, líder global em componentes para bicicletas, o Shimano Fest nasceu no Brasil em 2010 com o objetivo de divulgar a cultura da bike e aproximar o público das tecnologias, modalidades esportivas e estilo de vida sobre duas rodas.

O evento teve suas primeiras edições em locais mais compactos, mas com o crescimento exponencial da bicicleta como meio de transporte e de vida, o Shimano Fest também evoluiu. Desde 2019, o festival é realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo, uma localização estratégica e de fácil acesso para o público. Ao longo dos anos, o evento foi se tornando referência não só no Brasil, mas em toda a América Latina.

A proposta de ser 100% gratuito, inclusivo e aberto à família sempre se manteve como pilar central do festival. Com isso, a Shimano conquistou algo raro: reunir o público apaixonado por competição, mobilidade urbana, tecnologia e aventura, com quem pedala por lazer ou está apenas dando os primeiros giros de pedal.


O que esperar da edição 2025



A edição 2025 traz uma estrutura ainda mais robusta, com previsão de receber mais de
50 mil visitantes ao longo dos quatro dias de evento. A programação foi dividida estrategicamente: os dois primeiros dias são voltados a profissionais do setor (lojas, oficinas, montadoras, distribuidores), e os dois últimos são abertos ao público geral.

Alguns dos grandes destaques da edição 2025 incluem:

  • Área Test Ride ampliada, com mais de 2.000 m² dedicados a testes de bicicletas urbanas, de estrada, MTB e elétricas.

  • Pista de Pump Track, com competições e desafios para atletas e amadores.

  • Mais de 120 marcas expositoras, incluindo grandes nomes internacionais e marcas nacionais 100% brasileiras.

  • Debates sobre mobilidade urbana, infraestrutura cicloviária e políticas públicas.

  • Espaço Kids com oficinas, atividades educativas e monitores especializados.

  • Shimano Lounge com exposição de novas tecnologias, peças de alta performance e experiências de realidade aumentada.




Test Ride: experimentando o futuro da bike

Um dos momentos mais aguardados do Shimano Fest é a área de Test Ride, onde o público pode testar dezenas de modelos de bicicletas, incluindo e-bikes (bicicletas elétricas), modelos de MTB, gravel, urbanas e de estrada. Em 2025, a área ganhou uma reformulação completa, com pista exclusiva para bicicletas elétricas, espaço para bikes infantis e nova área coberta para testagem em caso de chuva.

Essa é a chance de sentir na prática o desempenho de uma bike de carbono, experimentar o torque de uma e-bike com motor central ou avaliar a ergonomia de um novo modelo urbano. Além disso, técnicos e representantes das marcas ficam disponíveis para explicar as especificações e diferenciais de cada modelo.

Essa imersão prática é um dos fatores que torna o Shimano Fest um espaço único no mundo das bikes, aproximando tecnologia e consumidor final de forma direta.


Competições, cultura e diversão para toda a família

A programação esportiva do Shimano Fest 2025 é outro ponto alto. Entre as atrações confirmadas estão:

  • Desafio de MTB Short Track com atletas profissionais em uma pista técnica e explosiva.

  • Apresentações de BMX Freestyle e Dirt Jump, com manobras aéreas que encantam crianças e adultos.

  • Corridas infantis, onde os pequenos competem com equilíbrio e diversão.

  • Bike Parade — o tradicional passeio ciclístico pelas ruas de São Paulo, com centenas de ciclistas em um trajeto urbano animado por música e carros de apoio.

Mas o evento vai muito além do esporte. O Palco Shimano traz uma programação cultural intensa com shows musicais, palestras sobre sustentabilidade, debates sobre ciclismo urbano, e workshops sobre mecânica de bicicletas, cicloturismo e segurança no trânsito.




Marcas presentes e lançamentos 2025

A Shimano Fest sempre foi palco de lançamentos nacionais e internacionais, e 2025 não será diferente. Várias marcas escolheram o evento para apresentar novas linhas de bicicletas, capacetes, peças, sensores, painéis digitais, acessórios e roupas técnicas.

Entre os expositores confirmados estão:

  • Shimano, com uma linha atualizada de grupos Deore XT e a nova geração do sistema de transmissão elétrica Di2.

  • Caloi, apresentando sua linha 2025 com novos modelos de e-bikes voltados para o público urbano.

  • Sense Bike, marca 100% brasileira, trazendo inovações em sua linha de mountain bikes e bicicletas urbanas com grafismos modernos e baterias integradas.

  • Trek, Cannondale, Specialized e Scott, com novidades importadas diretamente para o festival.

  • Marcas de peças e acessórios como Isapa, Pro, Thule, Kenda, Algoo, entre outras.

Destaque também para startups do setor de mobilidade, que apresentarão soluções inteligentes como rastreamento GPS, sensores de pressão e apps de monitoramento de desempenho.


Sustentabilidade e responsabilidade social em destaque

A Shimano Fest 2025 reforça seu compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Todas as estruturas do evento foram pensadas para minimizar o impacto ambiental. Entre as ações concretas:

  • Coleta seletiva e reciclagem de resíduos

  • Incentivo à chegada de bicicleta com bicicletário gratuito, seguro e vigiado

  • Oficinas de mecânica para capacitação de jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade

  • Doações de bicicletas a projetos sociais

  • Espaço "Bike sem Barreiras", com test ride de triciclos adaptados para pessoas com deficiência

A Shimano também promove debates sobre o papel da bicicleta na mobilidade urbana sustentável, abordando temas como segurança no trânsito, infraestrutura cicloviária e inclusão da bike em políticas públicas.


Impacto no mercado e na cultura da bicicleta

Mais do que um festival, a Shimano Fest é uma ferramenta de transformação cultural. Ao reunir todos os agentes da cadeia da bicicleta — de ciclistas amadores a engenheiros de produto —, o evento cria conexões e impulsiona o setor.

Marcas aproveitam o evento para ouvir o consumidor final, testar produtos, colher feedbacks e observar tendências. Lojistas fazem negócios, distribuem brindes e fecham parcerias. Famílias descobrem o prazer de pedalar juntas. Crianças têm sua primeira experiência sobre duas rodas. E São Paulo, ao menos por quatro dias, respira bicicleta como em poucas capitais do mundo.

O impacto do Shimano Fest vai além da economia direta gerada por expositores, turismo e vendas. Ele também provoca uma mudança de mentalidade, promovendo a bicicleta como ferramenta de saúde pública, mobilidade limpa e lazer seguro.


Expectativas para o futuro

Com a edição de 2025, a Shimano Fest consolida uma década e meia de presença no Brasil. A cada nova edição, o evento se reinventa, ampliando horizontes e fortalecendo laços entre indústria, consumidor e sociedade.

As expectativas para os próximos anos são de crescimento ainda maior, com possível expansão do modelo para outras capitais brasileiras, parcerias com universidades, rodadas de negócios internacionais e mais ações de impacto social.

O futuro do Shimano Fest é o reflexo do futuro da bicicleta: mais tecnologia, mais inclusão, mais sustentabilidade — e mais amor pelas pedaladas.


Conclusão

O Shimano Fest 2025 reafirma seu papel como o principal ponto de encontro de quem vive, trabalha ou simplesmente ama o universo da bicicleta. Seja para experimentar lançamentos, assistir a competições, curtir atrações culturais ou apenas dar uma volta com os filhos, o evento tem espaço para todos.

Com entrada gratuita, programação diversificada, grandes marcas e um clima único de celebração, o Shimano Fest mostra que pedalar vai muito além do esporte — é estilo de vida, saúde, consciência e transformação social.

Se você é ciclista, curioso, entusiasta, lojista, profissional do setor ou apenas alguém em busca de novas experiências, marque na agenda: Shimano Fest é o lugar para estar.


A Shimano Fest 2025 acontecerá nos dias 14, 15, 16 e 17 de agosto no Memorial da América Latina em São Paulo, ao lado do metrô Barra Funda.


Mais informações podem ser obtidas através do site do evento:

https://shimanofest.com.br/


Até o Próximo!


Quais instituições de análises técnicas certificam as baterias de lítio de bicicletas elétricas no Brasil?

Introdução Nos últimos anos, as bicicletas elétricas deixaram de ser um nicho restrito e ganharam espaço nas ruas brasileiras como uma alte...